sábado, 12 de novembro de 2011

Para Ler e Meditar

Tenho acompanhado com muito interesse uma série de programas que têm passado no Canal de História, sob o titulo de Empreendedores e Milionários. Aqui são apresentadas grandes figuras como Henry John Heinz, o fundador da reputada marca do Ketchup, ou William Boing, que teve a visão pioneira dos voos aéreos comerciais. Com certeza estarão a pensar: "Mas o que é que isso tem a haver com este blogue?". Está de certa maneira ligado, e já perceberão o  porquê. Ao olhar para esse programa, nos episódios que até agora vi, verifiquei que tanto a Heinz como a Boing, marcas de excelência reconhecidas em todo o mundo, souberam preservar não só a sua história com o seu património. Desde a primeira casa onde John Heinz começou o seu negocio das conservas alimentares, a estátua manda erguer por subscrição dos trabalhadores ao fundador da Heinz, passando pelo barracão onde William Boing, montou o seu primeiro avião, tudo está preservado, com todo o orgulho e pode ver visitado por quem o deseje fazer.

Agora faço a pergunta, e quanto a Portugal? Também por cá tivemos grandes empreendedores, mas pelos vistos preferimos não lhes dar a importância devida se não mesmo ignora-los! Temos o caso gritante de Alfredo da Silva, cuja a casa onde nasceu, na Rua da Prata em plena baixa de Lisboa se encontra ao abandono. Não seria interessante criar-se ali um espaço museológico, retratando o ambiente da época, evocando a figura do Industrial? Temos a sua Casa Museu situada nos terrenos das antigas fábricas do Barreiro, fechada a sete chaves. Um local que poderia muito bem ser dinamizado e transformado num ponto de atracção turística encerrando nele objectos pessoais do Homem da CUF bem como outra curiosidades e histórias que mereciam ser contadas. Pelos vistos esta nova geração da actual CUF bem como as outras entidades a quem pertence tais espólios, não têm vontade nem interesse em divulgar tal personalidade. É pena e é grave quando as empresas se esquecem dos seus fundadores. Falei aqui do caso de Alfredo da Silva, como poderia falar de Henry Burnay (apenas conhecido com coleccionador de arte) de António Champalimaud, Duarte Ferreira entre outros, que muito contribuíram para este país,  que com a sua visão criaram marcas de excelência, usadas por gerações de portugueses e que bem mereciam mais reconhecimento,  nisso estamos mais uma vez a anos de luz quando comparados com a mentalidade existente noutros países.

3 comentários:

Lylia disse...

Sem duvida, um excelente artigo. um chamar de atencao. Sempre tivemos esta mania de apreciar os outros em vez dos nossos, enquanto que os nossos caem em esquecimento, os outros singram pela eternidade.
um beijo, lucia

Vasco Ferreira disse...

Caro Ricardo Ferreira,
Quero começar por lhe agradecer este espaço no qual partilha as suas opiniões e documentos sobre um dos grandes homens da história de Portugal, Alfredo da Silva, e da sua criação, o Grupo CUF. Sou coleccionador, embora numa fase embrionária, de tudo o que diz respeito aos temas.
Partilho da sua opinião quanto à falta de divulgação e de interesse que os Portugueses em geral e os barreirenses em particular demonstram sobre o assunto. Atrevo-me mesmo a dizer se a Câmara Municipal do Barreiro não deveria, anualmente, organizar algum tipo de actividades que exaltassem a "família" CUF e os seus patronos. E se a Escola Secundária Alfredo da Silva não deveria fazer o mesmo...
Já por diversas vezes tentei visitar a Casa-Museu Alfredo da Silva sem sucesso. Os vários contactos não surtiram efeito.
Fico triste com estas situações.
No entanto, este blog é, para mim, uma lufada de ar fresco sobre este assunto. Parabéns e continue o excelente trabalho.

Subscrevo-me com elevada consideração,

Vasco Ferreira

Ricardo Ferreira disse...

Caro Vasco Ferreira

Nao poderia estar mais de acordo consigo no que respeita a organização por parte da Câmara do Barreiro de uma espécie de dia dedicado a Alfredo da Silva ou à CUF, no qual se fariam exposições, ou outras actividades sobre a historia do fundador ou da empresa, para que especialmente os barreirenses mais jovens conhecessem e se orgulhassem desse pedaço de história desconhecido por muitos e que mexe com tantas áreas, como a social, industrial, tecnológica etc. Eu consegui visitar a Casa Museu porque fui ao Barreiro ter com um antigo Eng da CUF que tinha acesso a tua isso se não ainda estava por ver! Mas gostava de lá voltar para tirar fotografias. Diz-me que é colecionador numa fase embrionária, nao tarda, acontecerá como eu, o tema é tão fascinante que uma pessoa quer sempre ter novidades. Com este blogue pretendo nesta fase inicial criar uma memoria do que foi a CUF e uma espécie de "museu virtual" pois um dia pretendo, se a vida me deixar criar ainda que modestamente um espaço dedicado á CUF que possa ser visitável.

Sempre ao seu dispôr

estimados cumprimentos

Ricardo Ferreira